terça-feira, 15 de novembro de 2011

Filmes Brasileiros de Carmen Miranda

Carmen Miranda participou de oito filmes no Brasil, antes de ir para os EUA, em 1939:




1) A Esposa do Solteiro (A Mulher da Meia-Noite): filme de 1925, produzido por Paulo Benedetti e dirigido por Carlo Campogalliani. Carmen tinha 16 anos nessa época, e apareceu como extra. Infelizmente, nenhuma cópia foi preservada...







2) O Carnaval Cantado No Rio: filme de 1932, Documentário do Carnaval no Rio, produzido por Vital Ramos de Castro. Carmen Miranda aparece como cantora famosa, já. Infelizmente, não há cópias conhecidas.




3) A Voz do Carnaval: esse filme, produzido em 1933, sob direção de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro, tinha grande elenco (além de Carmen, Lamartine Babo, Jararaca e Ratinho, e muitos outros). Carmen Miranda cantava estes números ao microfone da Rádio Mayrink Veiga: "E Bateu-se a Chapa" e "Moleque Indigesto" e "Good-Bye".






Este semidocumentário, inspirado numa história de Joraci Camargo e estreado habilmente às vésperas do Carnaval, mostrava os desfiles do corso e as batalhas de confete com os ranchos e os cordões, registrado com som direto nas ruas do Rio. Essas sequências documentais eram intercaladas com cenas filmadas em estúdio, mostrando o célebre comediante Palitos, no papel do Rei Momo. Uma sequência tomada no estúdio da Rádio Mayrink Veiga mostrava Carmen Miranda, então em sua segunda aparição cinematográfica. (Fernão Ramos em "História do Cinema Brasileiro" - Art Editora Ltda., 1987)

Estreou no Cine Odeon (Rio) a 6 de março de 1933.

Disponibilidade: Notícias afirmam que a produtora Cinédia mantém o filme em fase de restauração.


4) Estudantes: este filme, de 1935, foi produzido por Wallace Downey e Adhemar Gonzaga, e dirigido por Wallace Downey, com argumento de João de Barro e Alberto Ribeiro. No elenco, Carmen e Aurora Miranda, César Ladeira, Almirante, Mário Reis, o Bando da Lua, e outros. 



Carmen Miranda
cantou "E Bateu-se a Chapa" e "Sonho de Papel".
Carmen Miranda, em seu papel, o único aliás de seus filmes brasileiros, "é a pequena do rádio, toda "sex-appeal" Mimi, que se deixa enamorar pelos estudantes apaixonados pelos seus encantos e pelas canções que a "pequena formidável" interpreta com toda a sua brejeirice. Mesquitinha e Barbosa Júnior são os seus apaixonados... E Carmen, que gosta do estudante Mário Reis, não quer desiludir os dois, proporcionando-lhes momentos de alegria e... comédia. As declarações de ambos são gozadissimas! Já vimos o filme e podemos dizer que o Cinema Brasileiro nunca apresentou outro tão engraçado... a nova produção de Wallace Downey está destinada a bater outro "record". (CINEARTE, 15-6-1935)

Estréia: Cine Alhambra (Rio) a 8 de julho de 1935.

Disponibilidade: Ao que se sabe, nenhuma cópia foi preservada.



5) Alô, Alô, Brasil: esse filme é de 1935, com Direção de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, Produção de Wallace Downey e Adhemar Gonzaga e Argumento de João de Barro e Alberto Ribeiro. No Elenco, nomes como Carmen e Aurora Miranda, Dircinha Batista, César Ladeira, Francisco Alves, Mário Reis, Custódio Mesquita, Almirante, Ary Barroso, o Bando da Lua, e outros.




Carmen Miranda cantou "Primavera no Rio", último número do filme, privilégio concedido, comumente, ao maior nome do elenco (ver foto).

Dentre os vários números musicais, destacavam-se a marcha Rasguei a Minha Fantasia (de Lamartine Babo), interpretada por Mário Reis, o samba Foi Ela (de Ary Barroso), na voz de Francisco Alves, e, assunto sempre presente na maioria dos filmes musicais brasileiros, uma apologia do Rio de Janeiro na voz de Aurora Miranda, interpretando a marcha Cidade Maravilhosa (de André Filho). (Fernão Ramos em "História do Cinema Brasileiro - Art Editora Ltda., 1987")

Estréia: no Cine Alhambra (Rio) a 4 de fevereiro de 1936.

Disponibilidade: Ao que se sabe, nenhuma cópia foi preservada.



6) ALÔ, ALÔ, CARNAVAL (1936)

Produção: Waldow — Cinédia
Direção: Adhemar Gonzaga
Produtores: Wallace Downey e Adhemar Gonzaga
Argumento: João de Barro e Alberto Ribeiro


Elenco: 
Carmen e Aurora Miranda, Dircinha Batista, Francisco Alves, Mário Reis, Oscarito, Almirante, Bando da Lua e outros.

Carmen Miranda canta "Querido Adão" e "Cantores de Rádio" (com Aurora Miranda).


"Querido Adão"
"Molha o Pano" (Aurora Miranda)

Nesse filme, Carmen define a persona com a qual seu nome se identificaria para sempre no cinema, ou seja, a mulher de olhos vivos e espertos, jeito matreiro e ao mesmo tempo debochado e sensual, cantando com um sorriso nos lábios e com timbre expressivo, sempre consciente da importância do figurino, rebolando no solo Querido Adão. Quase obrigando a câmera a seguir seus movimentos, ao contrário dos esperados números musicais estáticos, Carmen cria uma expressão visual dinâmica para as letras dessa marcha e o filme ganha seus momentos altos na combinação da cantora com a ironia de frases como "Adão, meu querido Adão/ Todo mundo sabe que perdeste o juízo/ Por causa da serpente tentadora/ O nosso mestre te expulsou do paraíso...". Carmen Miranda era uma estrela consagrada e, por menores que fossem seus papéis nos filmes brasileiros (e, posteriormente, nos estrangeiros), teve presença marcante em todos eles. (Fernão Ramos em "História do Cinema Brasileiro" - Art Editora Ltda, 1987)

Estreia: Cine Alhambra (Rio) a 20 de janeiro de 1936.

Extra: "Alô Alô Carnaval" reestréia em 2002 em grande estilo no Rio em cópia restaurada (ver matéria do Jornal O Estado de S.Paulo)

Disponibilidade: A cópia totalmente restaurada está disponível apenas para exibição privada.



7) Banana da Terra: esse filme, de 1938, foi dirigido por João de Barro, supervisionado e produzido por Wallace Downey, com argumento de João de Barro e Mário Lago. No Elenco, Carmen e Aurora Miranda, Linda e Dircinha Batista, Emilinha Borba, Almirante, Oscarito, Orlando Silva, Aloysio de Oliveira e O Bando da Lua e Carlos Galhardo, entre outros.





Carmen Miranda canta Pirolito com Almirante (ver foto) e O Que É Que A Baiana Tem (ouvir música).


"O Que É Que A Baiana Tem"

O argumento desenrolava-se em meio à sofisticação dos cassinos cariocas e do rádio, possibilitando assim a inserção de números musicais que também se tornaram clássicos, como, por exemplo, A Jardineira (de Benedicto Lacerda e Humberto Porto), na voz de Orlando SilvaTirolesa (de Osvaldo Santiago e Paulo Barbosa), com Dircinha BatistaSei Que É Covardia (de Claudionor Cruz e Ataulfo Alves), com Carlos Galhardo. (Fernão Ramos em "História do Cinema Brasileiro" - Art Editora Ltda., 1987)

 
Estreia: Cine Metro-Passeio (Rio) a 10 de fevereiro de 1939.

Disponibilidade: ao que se sabe, nenhuma cópia foi preservada. Apenas o número em que Carmen canta O Que É Que A Baiana Tem? sobreviveu.

Abaixo, Dorival Caymmy relembra, em 1979, de seu primeiro disco, de 1938. Em seguida, a cena do filme Banana da Terra, onde Carmen canta a música de Caymmi, imortalizando-a:




8) Laranja da China (1939):







Produção
Sonofilmes S/A
Direção, Argumento e Roteiro: Ruy Costa
Produtores: Wallace Downey
e Alberto Byinton
Música: Ary Barroso, Benedito Lacerda, Dorival Caymmi, João de Barro, e outros
Elenco: César Ladeira, Benedito Lacerda, Dircinha Batista, e outros.

Doutor Flores, um cidadão conservador e sua esposa, são sócios da Liga Contra a Malandragem e proibem a filha Camélia de namorar um sambista e boêmio. Paralelamente, um garoto rouba cobaias inoculadas com o vírus do samba, elaboradas pelo Doutor Salsish e as vende ao Doutor Flores, que acaba contaminado pelo famoso ritmo brasileiro.
Foi feita neste filme a inclusão do mesmo número de Carmen do filme anterior em que ela canta O Que É Que A Baiana Tem (ouvir música). Homenagem prestada à ela pela direção e produção do filme.


"O Que É Que A Baiana Tem"

O samba Cai, Cai, de Roberto Martins e gravado por Joel e Gaúcho, fez parte da trilha sonora do filme (ouvir música). Mas só foi gravado por Carmen Miranda para o filme Uma Noite no Rio (That Night in Rio) dirigido por Irving Cummings em 1941 nos Estados Unidos.

Estreia: no Cine São Luís (Rio), em janeiro de 1940.

Disponibilidade: Ao que se sabe, nenhuma cópia foi preservada. Apenas o número em que Carmen canta O Que É Que A Baiana Tem sobreviveu.


Fonte: http://carmen.miranda.nom.br/

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